De súbito, pararam de trocar insultos, olharam um para o outro e começaram a rir à gargalhada. O Caramelo rebolava no chão com dores de barriga de tanto rir. Os bigodes do Mico ficaram todos encaracolados com tanto riso. Isto durou alguns minutos até que o caramelo resolveu pronunciar-se:
- Somos realmente muito tolos! Depois de tantas aventuras e peripécias, juntos, íamos ficando chateados!?
- Tens razão, não faz sentido! Retorquiu o Mico. – Desculpa, amigo. E num grandioso abraço, forte e emotivo, o Caramelo disse:
- Nem o conhecimento, nem a plena felicidade, nem a riqueza, nos irão separar. Vamos amigo, seguir o nosso caminho, o mais humilde, tal qual como nós e logo se verá o que irá acontecer.

Na manhã seguinte, o Caramelo abriu um olhito, depois o outro e com o seu focinho comprido começou a cheirar, pensando:
- Que cheirinho tão bom, parece a sopa de feno que costumava fazer o meu dono, o Sr. Zé. Levantou-se cuidadosamente, para não acordar o amigo que ainda dormia. Caminhou um bocadinho e aproximou-se de uma clareira que surgia de entre as árvores e de onde vinha aquele cheirinho gostoso.
Parou, sentou-se e ficou muito espantado. Não queria acreditar no que via. Ao fundo do vale, estava a sua quinta maravilhosa. Nos prados verdejantes, a Pestinha saltitava à cata de borboletas.
A quinta tinha crescido. O Sr. Zé tinha comprado mais terreno e estava agora maior. O Cantinho Mágico pertencia agora à quinta do Sr. Zé. O Caramelo estava estupefacto com o que presenciava. Estava tão emocionado, que nem o amigo conseguia ouvir.
- Caramelo! Caramelo! Onde estás? Amigo, não me deixes aqui! Tenho medo! Gritava o Mico desesperado. Tinha acordado e estava tão sozinho. Até que lá ao fundo, avistou na clareira, as orelhas arrebitadas do amigo e correu como um desalmado até lá, a gritar:
- Caramelo, seu malandreco, não ouves eu a chamaaaaa… … r? De repente parou. Ficou pasmado, e disse:
- Ei!! Que maravilha, Caramelo, a quinta! É! Não é, Caramelo? A tua quinta!? – Olha a Pestinha!? – Pestinha, Pestinha, aqui, estamos aqui!
- Pára Mico, disse o caramelo, estamos ainda muito longe e muito altos, não nos conseguem ouvir. Anda vamos, mais umas horinhas, para descer a colina e estamos de novo em casa.
Nada os fazia parar. Á medida que avançava o caminho era melhor. Chegaram ao portão da quinta. Estava realmente modificada. Tinha uma placa nova, com um nome novo: “ A quinta de Vila Cova”. O Caramelo espreitou pelo buraquinho da fechadura do portão e via a Pestinha a brincar.
- Psst…Psst, Pestinha- sussurrou o Caramelo. Ela parou, olhou, mas não via ninguém.
- Eu conheço esta voz! – pensava ela.
- Aqui, fora do portão! – disse o Caramelo.
- És tu, Caramelo?
- Sim somos nós – respondeu ele.
A Pestinha começou a ladrar muito alto e muito feliz aos saltos, para que o Sr. Zé viesse abrir o portão.
- O que foi, Pestinha? Está alguém lá fora? – pronunciava o Sr. Zé, enquanto se aproximava do portão da quinta. Abriu o portão e ficou muito espantado e ao mesmo tempo muito contente. O seu Burrito Lutador tinha regressado. Abraçando o asno com muita força, pediu-lhe desculpa, por todo o mal que lhe tinha feito, prometendo-lhe que nunca mais o trataria assim tão mal. A Pestinha abraçou os dois amigos e muito emocionados, entraram para o novo paraíso. A Pestinha muito feliz dizia:
- Bem-vindos ao paraíso de Vila Cova.
Naquela Tarde, foi repouso absoluto na quinta. A Pestinha e os restantes animais, não se cansavam de ouvir as aventuras vividas pelos nossos amigos.

Alunos de 4º ano, EB1 de Vila Cova.
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