No dia 23 de Setembro começou o Outono. Lá fora brincavam crianças e adultos com as folhas que bailavam no ar. Brincavam … e eu doente dentro de casa.
- Mãe! Mãe, deixa-me ir brincar com as crianças lá fora? É Outono e eu aqui fechada dentro de casa! - disse eu.
- Não, filha. Lá fora está muito vento. – disse a minha mãe.
- Mãe, amanhã vão fazer a vindima e eu não vou? – perguntei eu cansada de não fazer nada.
- Mas tu nem sabes o que é uma vindima! – disse a mãe.
- Claro que sei! Cozemos as castanhas e comemo-las. - disse eu, com cara de quem sabia tudo.
- Isso é o magusto, não é a vindima. – disse a mãe a rir-se.
- A vindima é pegar na escada e colher as uvas, metê-las no lagar e pisá-las. É com elas que se faz o vinho.
- Pois era isso que eu queria dizer… – disse eu toda envergonhada.
- Toma o xarope, veste roupa quente e dorme. Isso amanhã passa. – disse a mãe.
No dia seguinte…
- Mãe, a tosse já parou. Já não estou doente. Já posso ajudar a fazer a vindima! – disse eu toda contente.
- Pois já… – disse a mãe.
Passado um bocado…
- Ai, ai, a minha garganta! – disse eu, cheia de dores.
- Ai, isso afinal, não tinha passado! – disse a mãe.
E voltei para dentro de casa…
Ana Beatriz
Perozelo